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O maior ensaio de sempre a investigar se a Psicoterapia Assistida por Ketamina pode ajudar as pessoas com adicção de álcool, feito em parceria entre o NIHR (o Instituto Nacional para a Investigação em Saúde e Cuidados do Reino Unido) e o Medical Research Council, e conduzido pela Universidade de Exeter, está neste momento a recrutar participantes.

12 de Agosto de 2024

O maior ensaio de sempre a investigar se a Psicoterapia Assistida por Ketamina [ou cetamina] pode ajudar as pessoas que têm adicção de álcool a deixar de beber está neste momento a recrutar participantes.

O estudo chama-se «Multicentre Investigation of Ketamine for Reduction of Alcohol Relapse (MORE-KARE)». É financiado numa parceria entre o NIHR (o Instituto Nacional para a Investigação em Saúde e Cuidados do Reino Unido) e o Medical Research Council (MRC).

Há financiamento adicional por parte da empresa biotécnica Awakn Life Sciences e o estudo é gerido pela unidade de ensaios clínicos da Universidade de Exeter.

Está agora a ser analisada a elegibilidade dos primeiros pacientes. O ensaio de Fase III é conduzido pela Universidade de Exeter e, numa fase inicial, vai ser conduzido em oito unidades do serviço nacional de saúde britânico (NHS) espalhadas pelo Reino Unido.

Conclusões iniciais muito positivas

Este ensaio mais recente baseia-se em conclusões muito positivas retiradas do ensaio de Fase II. Esse ensaio anterior mostrou que, para pessoas com transtorno de álcool muito grave, a combinação entre a ketamina e a terapia é segura e tolerável. Os participantes que fizeram o tratamento com ketamina [ou cetamina] passaram de beber diariamente para uma sobriedade em 86% do tempo. Isto num período acima de seis meses.

O novo ensaio vai aprofundar estas conclusões. O objectivo é disponibilizar este tratamento no serviço nacional de saúde caso se mostre eficaz.

A Professora Celia Morgan, da Universidade de Exeter, e parceira internacional da The Clinic of Change, que está a dirigir o ensaio, disse: «Mais de meio milhão de adultos no Reino Unido tem problemas sérios com o álcool que precisam de acompanhamento, contudo, apenas um em cada cinco recebe tratamento adequado. Os tratamentos disponíveis actualmente têm baixa taxa de sucesso — sabemos que três em cada quatro pessoa que deixam de beber vão voltar a fazê-lo ao fim de um ano. Este novo ensaio quer preencher uma grave lacuna na procura de novos tratamentos. Estamos muito entusiasmados por haver apoio do NIHR para esta investigação, que é a maior investigação no mundo dedicada a Psicoterapia Assistida por Ketamina

Nos anos 80, os investigadores já tinham identificado uma redução promissora nas taxas de recaída após tratamento com ketamina. Estudos mais recentes comprovam ainda que a ketamina [ou cetamina] têm resultados rápidos no tratamento da depressão. Pode também acelerar a aprendizagem de nova informação. Estas duas últimas conclusões contribuem também para a prevenção da adicção do álcool.

Num estudo recente, a equipa do tratamento KARE deu novos dados sobre os motivos para a ketamina ser eficaz. Um ensaio-piloto com 28 pessoas, em que algumas foram tratadas com ketamina e outras com placebo, sempre a par da psicoterapia, mostrou que a ketamina torna o tratamento mais eficaz por tornar a mente mais predisposta para a terapia, potenciando o envolvimento do paciente.

Distribuição aleatória, apoio psicológico

Os participantes vão ser colocados aleatoriamente em dois ramos diferentes do ensaio. Cada grupo vai ser tratado com uma dose diferente de ketamina. Todos terão acompanhamento psicológico com a equipa do ensaio. A dose de ketamina e o tipo de apoio psicológico de cada participante vai ser determinado aleatoriamente por um computador. Essa informação não será divulgada nem ao paciente nem à equipa de investigação.

Para determinar a eficácia do tratamento, o consumo de álcool vai ser monitorizado. Este controlo vai ser feito através de diários de consumo e de análises diárias de sopro no balão. Os participantes terão depois sessões de follow-up presenciais aos 3 e aos 6 meses. O recrutamento está agora a ser feito em Exeter e Oxford.

Leia o artigo original no site do NIHR.