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Estudo de caso publicado na revista científica Frontiers  demonstra a eficácia e a tolerabilidade da esketamina intranasal num paciente com depressão grave resistente ao tratamento, associada a sintomas psicóticos.

Frontiers in Psychiatry (2022). Intranasal esketamine for severe major depressive disorder with psychotic features: A case report. Disponível aqui.

A depressão major com características psicóticas representa uma das manifestações clínicas mais graves e complexas da doença depressiva. Caracterizada pela presença de delírios e/ou alucinações, frequentemente associados a ideação persecutória ou culpa extrema, esta forma de depressão coloca desafios significativos ao tratamento, sobretudo em casos refratários às abordagens farmacológicas convencionais.

Um estudo de caso publicado na revista Frontiers in Psychiatry veio reforçar o potencial terapêutico da esketamina intranasal como alternativa viável em situações de elevada resistência terapêutica. O artigo descreve a evolução clínica de um paciente diagnosticado com depressão major grave com sintomas psicóticos, que apresentou resposta significativa após a introdução da esketamina em contexto clínico supervisionado.

Contexto clínico

O paciente, com historial prolongado de depressão resistente ao tratamento, não obteve melhorias relevantes com múltiplas combinações de antidepressivos (incluindo inibidores seletivos da recaptação da serotonina e antidepressivos tricíclicos) e antipsicóticos atípicos. Após uma avaliação multidisciplinar, optou-se pela introdução de esketamina intranasal, aprovada para casos de depressão resistente em diversos países.

A esketamina atua principalmente como antagonista do recetor NMDA, promovendo um efeito rápido na neuroplasticidade cerebral e modulação de circuitos envolvidos na regulação do humor. A sua formulação intranasal permite a administração supervisionada em ambiente clínico, com monitorização dos parâmetros vitais e avaliação psiquiátrica contínua.

Resultados clínicos

A resposta ao tratamento foi rápida e clinicamente significativa. Nas primeiras sessões, observou-se uma redução acentuada dos sintomas depressivos e um alívio gradual das manifestações psicóticas. O paciente apresentou melhorias ao nível do humor, da cognição e da funcionalidade global, mantendo estabilidade clínica ao longo das semanas seguintes.

De destacar que não foram registados efeitos adversos graves durante o período de observação. Os sintomas transitórios observados, como ligeira dissociação e tonturas, foram autolimitados e controlados no ambiente supervisionado.

Implicações terapêuticas

Este caso reforça o potencial da esketamina intranasal como opção terapêutica inovadora em contextos de depressão grave resistente, particularmente quando associada a sintomas psicóticos — um domínio onde as opções farmacológicas são ainda limitadas.

A rapidez da resposta antidepressiva observada representa uma mais-valia clínica importante, sobretudo em situações em que o risco suicidário é elevado. Além disso, o bom perfil de tolerabilidade reforça a segurança da sua utilização, desde que num ambiente controlado.

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