Skip to main content

Keise: «Não fiquei só meio curada ou pouco curada. Eu realmente fiquei curada da depressão.»

Na pior fase da depressão, Keise chegou a tentar o suicídio quatro vezes. Depois, emocionada pelos apelos do filho, decidiu procurar uma solução. Encontrou no programa de Psicoterapia Assistida por Psicadélicos da The Clinic of Change aquilo que a fez «voltar à vida». Agora, acha que toda a gente com depressão devia fazer este tratamento, que considera «um milagre». Ainda fica emocionada quando fala nisso, porque se lembra de como estava e do sítio onde finalmente chegou: «Não fiquei só meio curada ou pouco curada. Eu realmente fiquei curada da depressão. A minha experiência foi mesmo muito emocionante.»

Consulte os nossos médicos para avaliação e diagnóstico prévios:
218 071 715
geral@theclinicofchange.com

Leia o testemunho completo da Keise sobre a sua experiência com a Psicoterapia Assistida por Psicadélicos:

Eu era muito viva na minha adolescência. Muito viva, mesmo. Eu ficava muito… gostava muito de estar com os meus amigos, muito de estar na rua, muito de festa. A minha mãe reclamava muito, sabe? Você só vive na rua, menina, você tem que parar em casa.

Eu sempre estava com muitos amigos, rodeada sempre por muitas pessoas. Eu amava. E a depressão tirou isso de mim. Mas tirou drasticamente, assim… tirou. Me fez ficar presa, sem ninguém e só querendo morrer, na verdade.

Fiquei mais depressiva depois que tive o meu filho. Mas mesmo assim eu ainda não podia muito ficar de cama e essas coisas, porque eu tinha de lutar para criar ele.

«Há um ano caí muito no meu quadro de depressão. Não saía da cama e tive quatro episódios de tentativa de suicídio.»

Comecei a fazer tratamento intensivo no Brasil, intensivo mesmo, porque eu já estava num estado muito ruim, e vim para Portugal, para tentar mudar de ares e ver como é que eu ficava, tudo. E quando eu cheguei aqui, no começo é muito difícil, ser estrangeiro, tudo, trabalho demais, e isso foi-me levando muito para baixo.

De um ano para cá, eu caí muito, como nunca no meu quadro de depressão. Eu já tive dias em que fico na cama, mas sempre era dois, três dias. A não ser quando eu tive episódios de suicídio, eu ficava uma semana, duas. Porque eu já tive quatro episódios.

Foi só piorando conforme eu não levantava. E aí eu não tomava mais banho, eu não conversava mais com ninguém, nem com a minha família. Só quem estava muito próximo de mim, que era o meu filho, é que podia entrar no quarto e sair. Eu tinha crises de ansiedade, chorava muito, então foi um ano muito difícil mesmo. Uma situação a que eu nunca cheguei. Na verdade, eu me senti morta mesmo, morta.

Só que o meu corpo também foi adoecendo. O meu nariz começou a sangrar, o meu coração acelerava muito, eu fui para o hospital, fiquei com anemia. Fiz uma bateria de exames, muito, muito, muito. Na verdade, eles nunca descobriam o que era, mas eu sabia que era da depressão.

«Ainda me emociono… É de felicidade. Porque me lembro de como eu estava e como estou hoje. É como se fosse um milagre.»

O meu filho, que nunca me tinha visto assim, falou: mãe, eu faço qualquer coisa para você levantar, porque eu já não sei mais o que fazer. E aí aquilo me emocionou muito. Eu falei: meu Deus, me ajuda.

Comecei a procurar muito, muito, muito. A minha terapeuta do Brasil me falou deste tratamento. Eu vim fazer o tratamento. E quando eu cheguei aqui eu estava muito mal, era uma coisa que eu não conseguia nem falar, de tão mal que eu estava. E… às vezes eu me emociono, sabe? Porque foi… não é de tristeza. É de felicidade. Porque eu lembro como eu estava e lembro como eu estou hoje. É uma coisa inacreditável.

É como se fosse um milagre. Só quem vive isso é que consegue saber. Porque eu ia na minha infância e eu me via lá, passando por coisas que eu passei, e que muitas coisas eu nem lembrava mais. E que eu via de novo. Mas o bom daquilo é que eu conseguia sair. E então depois eu imaginei que estava presa lá, porque a cada sessão que eu saía daquilo eu ficava boa, como se eu tivesse deixado aquilo para trás.

Na segunda vez que fiz, eu já saí daqui e quis ir a um restaurante comer, eu já queria ir à casa da minha sobrinha no Algarve passear, eu já estava rindo. Mas assim… era meio impossível de acreditar. Mas eu estava sentido, era o que eu estava sentindo, porque a depressão é muito sentimento. Você vai perdendo o gosto pelas coisas. Então, aquilo dentro de mim foi saindo.

«Não fiquei meio curada ou pouco curada. Eu realmente fiquei curada da depressão.»

E aí eu fiquei curada. Mas eu não fiquei meio curada, pouco curada. Eu fiquei curada. É muito difícil as pessoas acreditarem que a depressão tem cura ou que pode se curar, mas realmente tem cura. Porque eu realmente fiquei curada. E tudo depois… eu consegui fazer as minhas coisas como se… é difícil de te explicar, mas eu consegui fazer as coisas como se eu nunca tivesse tido depressão.

Quando eu voltei, que eu voltei a me arrumar, as coisas, eu chegava… por exemplo, cheguei no salão rindo, brincando, tipo assim, ah, a Keise voltou, porque ninguém estava acreditando, porque eu fui murchando aos poucos. Mas eu voltei alegre, rindo, brincando, tipo assim, eu voltei eu.

Eu estava presa ali há muito tempo, e sumiram todos os sentimentos ruins. Todos, todos, todos. Só que eu ainda pensava que seria um tempo, ah, é só um período de tempo e depois volta. Não. Não é um tempo.

Eu consigo lidar melhor com os meus sentimentos hoje em dia, como se eu tivesse aprendido. Não foram sessões para eu aprender a lidar, mas eu aprendi a lidar. Até porque eu não me sinto mal, então quando eu tenho um problema não estou tão angustiada e tão morta que me desespera mais e que me deixa pior. Pelo contrário. Eu consigo lidar com ele sem botar ele dentro de mim. É artificial, é só um problema, vamos resolver e vamos continuar a vida. Coisa que eu não fazia. Eu ficava muito presa nele e isso ia-me deixando mais depressiva.

«A Psicoterapia Assistida por Psicadélicos é um tratamento muito simples que nos faz voltar à vida. Eu quero contar isso a toda a gente.»

É a melhor experiência da minha vida. E se eu pudesse eu queria muito levar, mostrar, dizer, porque as pessoas ainda têm muito medo. Mas a Psicoterapia Assistida por Psicadélicos é um tratamento muito simples, não é nada invasivo, não é nada que você sente dor. Não. É uma coisa muito simples que faz você voltar à vida. Você volta à vida. Volta à vida mesmo. Coisas que há muitos anos eu não conseguia fazer… por exemplo, eu não conseguia tomar banho de piscina.

Porque para quem tem depressão isso é muito… você não conseguir tomar um banho de piscina, não conseguir sentar para bater um papo bem, sorrir com as pessoas. E hoje em dia eu já faço isso, naturalmente, entendeu?

Às vezes eu estou lendo que os artistas estão falando que estão com depressão, dos artistas, eu falo: ai, se eu pudesse chegar para ele e contar desse tratamento, ai se eu pudesse contar aqui. Eu fico assim, entendeu? Eu quero contar. Vai lá e faz, que vai te curar.

Eu acho que todo o mundo que tem depressão, ansiedade, eu acho que deveria fazer o tratamento com ketamina [ou cetamina]. Não acho só. Eu tenho a certeza. Eu tenho a certeza absoluta. É o melhor tratamento para poder curar as pessoas. Foi muito emocionante a minha experiência, muito mesmo.

É como se tivesse nascido de novo, lá da sua mãe, e você volta a viver, entende? Você volta a viver com as emoções mais fortes. Eu acho que eu ainda saí um pouco mais forte disso. Um pouco não. Eu saí muito mais forte do que aquelas coisas ruins que você fica o tempo todo na cabeça, esse tempo todo, o tempo todo.

Eu lembrava muito das partes quando era mais nova, aquilo vinha sempre, aquilo me angustiava, eu estava chorando, eu estava mal. E aquilo não sai, e eu não sabia o que fazer para aquilo sair. Até que saiu.

[A The Clinic of Change agradece à Keise pela coragem na partilha e pela generosidade de, com a sua história, ajudar outras pessoas a procurar ajuda.]

 

Veja outros testemunhos!