Autor: Leonor Riso
Sábado, 4 de Setembro de 2024
Dois pacientes recorreram a este psicadélico, aliado à psicoterapia, para tratar a ansiedade e a depressão resistente. Contam à SÁBADO como foi a experiência.
Há dois meses, «o medo de morrer a qualquer momento» era constante na vida de Vanda Guerreiro. Vivia sempre atenta a tudo devido às alergias severas à proteína animal e ao cacau de que sofre desde os 13 anos. A ansiedade fê-la trocar Cascais pelos arredores de Castelo Branco, onde trabalha isolada em casa, e evita jantares em casa de amigos. Hoje, brinca com o desejo de voltar a comer chocolate — «primeiro teria de fazer os testes das alergias» — mas agora fala com leveza sobre o tema. Isto graças aos tratamentos de psicoterapia assistida com o psicadélico cetamina. «Há qualquer coisa que parece que saiu de dentro de mim», salienta. «Já posso ir para o mundo sem tantos receios. Sem me sentir tão só.»
A directora criativa de 47 anos foi tratada na The Clinic of Change, em Lisboa, uma das primeiras clínicas privadas a disponibilizar este tratamento em Portugal. «É uma substância conhecida há muito tempo como anestésico, mas tem também efeitos psicadélicos e antidepressivos em doses muito inferiores», explica à Sábado o psiquiatra e director clínico Victor Amorim de Sousa.
A 3 de Agosto, Vanda Guerreiro entrou, em jejum, na clínica para a primeira sessão de cetamina [ou ketamina]. Dias antes, passara por uma avaliação médica (hipertensão, insuficiências cardíacas e historial de surtos psicóticos impedem o tratamento) e por simulações do momento, para que neste dia o menos possível lhe fosse estranho.
[Continua]
Leia o artigo completo na Sábado.
Este artigo foi também apresentado em formato de reportagem televisiva, transmitida pelo Canal Now.
A reportagem acompanhou também a história dos dois pacientes da The Clinic of Change e recolheu testemunhos da nossa equipa clínica sobre o programa de Psicoterapia Assistida por Psicadélicos.