Maria Ofélia viveu durante mais de 30 anos na Suíça. Natural do Alentejo, a enfermeira lutou contra uma depressão persistente durante toda a vida. E foi o tratamento da Psicoterapia Assistida por Psicadélicos que a ajudou a recuperar o prazer pela vida.
Maria Ofélia partilhou com Tânia Ribas de Oliveira, no programa A Nossa Tarde, na RTP, a seu experiência com o tratamento de Psicoterapia Assistida por Ketamina, que realizou no inicio do verão do ano passado.
Uma vida a combater a tristeza
A enfermeira confidenciou que os sintomas de depressão a acompanharam desde muito nova. «Tinha cerca de 23 anos», explica. Mas sempre tentou combater a tristeza e ansiedade que ia sentindo, pensando ser «até um bocadinho» normal. Sem nunca partilhar com ninguém, Maria Ofélia continuou o seu percurso, carregando o peso da sua tristeza sem qualquer apoio.
A vida na universidade, a saída de casa dos pais e até a mudança para a Suíça acentuaram o ciclo de sintomas depressivos que experienciou durante décadas. «Nestas alturas, o corpo começa a gritar. (…) Está a dar-nos um sinal.»
O agravamento da sintomatologia levou-a procurar ajuda, mas o diagnóstico acabou por ser de exclusão: Fibromialgia, uma doença que causa dor crônica generalizada e está associada a cansaço extremo, fadiga e rigidez muscular.
O início dos antidepressivos
Foi em conversa com o psiquiatra que a acompanhava na altura que decidiu, como medida de prevenção, começar a tomar Fluoxetina, um antidepressivo que serviu para «precaver males maiores», explica. A medicação fez parte da vida diária de Maria Ofélia durante largos anos mas sempre sem grandes melhorias – «Sempre teve um efeito muito ligeiro. Uns dias melhorava, ficava com mais forças, mas depois voltava tudo ao mesmo».
A descoberta da The Clinic of Change
Foi numa tarde de verão, na sua casa em Monsaraz, que Maria Ofélia descobriu a The Clinic of Change e o tratamento com Psicoterapia Assistida por Psicadélicos durante a emissão do programa A Nossa Tarde. «Ouvi a Tânia [Ribas de Oliveira] na televisão, precisamente na altura que estava a introdução do tema (da depressão)».
A enfermeira conheceu o Prof. Dr. Victor Amorim Rodrigues, diretor clinico da The Clinic of Change, primeiro no pequeno ecrã e apenas um dia depois, pessoalmente – «Liguei para a clinica logo a seguir a assitir à entrevista e tive consulta no dia seguinte».
Foi o psiquiatra que realizou a Avaliação Médica Inicial e deu luz verde para que Maria Ofélia pudesse ter acesso ao tratamento que lhe mudou a vida.
A Psicoterapia Assistida por Psicadélicos e como funciona
À RTP, o Prof. Dr. Victor Amorim Rodrigues explica que é «feito um trabalho psicoterapêutico em profundidade» neste tipo de tratamentos. A administração de psicadélicos faz com que «venha à superfície um conjunto de material psíquico muitas vezes reprimido» e permite que o cérebro esteja mais receptivo a mudar circuitos neuronais «fazendo com que os pacientes olhem para as coisas de forma diferente».
Maria Ofélia confessa que sentiu melhorias logo na primeira sessão. Nessa primeira semana, estava um grande vendaval e foi aí que voltou a sentir prazer pelas pequenas coisas.
«O barulho das flores, da folhagem. Aquilo deu-me uma alegria enorme e foi aí que me apercebi que já não sentia isto há muito tempo».
O psiquiatra refere que a «perda de prazer é uma das coisas mais pesadas» nos processos depressivos e a retomada desse sentimento é um momento muito bonito e inspirador para os pacientes.
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