Quando, há 25 anos, uma equipa de psiquiatras da Universidade de Yale testou o anestésico intravenoso cetamina em pacientes com depressão não percebeu que estava prestes a fazer o que foi apelidado da “maior descoberta na pesquisa sobre depressão nos últimos 50 anos”.
Três descobertas decisivas
O impacto desta descoberta sustenta-se em três achados centrais que mudaram a forma como entendemos e tratamos a doença:
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Ação rápida e eficaz
Diferente dos antidepressivos orais tradicionais, que podem levar semanas para apresentar resultados, a cetamina demonstrou capacidade de melhorar sintomas depressivos em poucas horas. Essa velocidade representa uma mudança radical no manejo de crises, especialmente em casos graves. -
Um novo mecanismo de ação
Até então, a teoria dominante — a hipótese monoaminérgica — atribuía o efeito dos antidepressivos à modulação de neurotransmissores como a serotonina, a noradrenalina e a dopamina. A cetamina, porém, atua de forma distinta, interferindo na sinalização glutamatérgica e inibindo os receptores de N-metil-D-aspartato (NMDA). Essa via alternativa abriu novas perspectivas para o desenvolvimento de medicamentos. -
Eficácia na depressão resistente ao tratamento (DRT)
A cetamina mostrou benefícios até mesmo em pacientes que não respondiam aos antidepressivos convencionais — um grupo que representa cerca de 25% de todos os casos de depressão.
Conclusão
A descoberta do potencial antidepressivo da cetamina não apenas ampliou as opções de tratamento, como também desafiou e renovou os fundamentos teóricos da psiquiatria. Hoje, a sua utilização, é vista como uma das mais promissoras estratégias para enfrentar um dos maiores problemas de saúde mental da atualidade.
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