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Susana sofre de depressão e fez psicoterapia com ketamina: «Agora controlo as minhas emoções»

«Estou muito mais no controle das minhas emoções e vivo mais no presente», conta Susana, depois de terminar o programa de Psicoterapia Assistida por Ketamina na The Clinic of Change — onde procurou uma nova solução para a depressão que a começou a afectar logo na adolescência.

«Quando se pensa naquilo que se passa e na vida que se tem a lutar contra este mau-estar… é horrível.» Ao longo dos anos, tentou várias terapias e medicamentos, mas as melhorias, diz, eram circunscritas no tempo. Com a maternidade, e um problema psiquiátrico que afectou um dos filhos, Susana passou a ter também ataques de ansiedade que, conta, «eram constantes». Decidiu, finalmente, fazer psicoterapia assistida por ketamina. E, no caso dela, o balanço não podia ser mais positivo.

Avançou para esta solução com algum receio, «mas o ambiente, o contexto e o acompanhamento foram de facto securizantes». Agora, depois de ter terminado todas as sessões, partilha, com um sorriso, a forma como pela primeira vez, no Verão passado, tirou «prazer do mar, de entrar na água, de estar na água». Sabe que é natural, perante os problemas que a vida apresenta, sentir ansiedade uma vez por outra, mas «é absolutamente nova» a forma como hoje em dia consegue superar isso e aproveitar a vida para lá de tudo isso.

Consulte os nossos médicos para avaliação e diagnóstico prévios:
218 071 715
geral@theclinicofchange.com

LEIA ABAIXO O TESTEMUNHO COMPLETO

Sobre a depressão

Eu tenho antecedentes depressivos praticamente desde que me conheço. Talvez ali na adolescência a coisa tenha começado, embora na altura eu não tivesse bem a percepção do que se passava comigo. Não era uma coisa falada socialmente ou sobre a qual houvesse, pelo menos em determinadas classes, a percepção de que a depressão era uma doença e que se tratava.

Vivi sempre a lutar contra aquele mau-estar que de vez em quando se apossava de mim. Embora tenha feito uma vida absolutamente normal e realizada e até feliz. Mas havia assim uma nuvem negra, como dizia a minha avó a falar dela própria, ali a pairar e que me toldava o prazer das coisas.

Foi-me diagnosticado um estado depressivo, mas os medicamentos ainda eram os medicamentos de primeira ou de segunda geração, não domino a terminologia. Estive medicada sem ter grandes efeitos no meu estado de alma, fiz terapia, fui recorrendo a médicos, sobretudo psiquiatras que faziam psicoterapia, e a partir de determinada altura apareceu um medicamento inovador, o prozac, e realmente foi transformador na forma como eu sentia a realidade e vivia o meu quotidiano.

Foi uma altura em que consegui operar muitas mudanças. Comprei uma casa, comecei a viver sozinha, sentia-me com energia, encontrei aquele que ainda é hoje o meu marido. De qualquer das maneiras, isto resultou mas de uma forma circunscrita no tempo. Sempre que deixava ou tentava deixar a medicação, os sintomas voltavam com muita exuberância.

Era sobretudo uma sensação de vazio, de perda de conexão com tudo o que me rodeava, de falta de sentido.

A maternidade e o surgimento da ansiedade

A partir do momento em que fui mãe, houve uma alteração de sintomas. Aquilo que eram sintomas depressivos transformaram-se mais em ansiedade.

É horrível. É mesmo, a sério. Quando se pensa naquilo que se passa e na vida que se tem a lutar contra este mau-estar, é muito, é mesmo difícil.

Como é que dizia o Mário de Sá-Carneiro, ou o Fernando Pessoa…? A vida sempre me doeu, sempre foi pouco, e eu infeliz. Lembrava-me muito destes versos.

Entretanto estabilizei bastante. Mas quando os meus filhos cresceram, quando se tornaram adolescentes, um deles manifestou problemas muito graves. Foi a necessidade de lidar com esses problemas, também psiquiátricos, que me levou de novo a precisar de pedir ajuda terapêutica.

A psicóloga achou que eu estaria elegível para este tratamento com ketamina, e lá me enchi de coragem e resolvi experimentar. E fiz muito bem, muito bem mesmo. O saldo é muito positivo.

Sobre a Psicoterapia Assistida por Ketamina

No meu caso, eu terminava uma sessão de ketamina muito bem disposta, sempre. Comecei com receio, como é óbvio. Era uma coisa completamente desconhecida para mim. Eu nunca tinha estado exposta a psicadélicos. Para mim era completamente novo. Não sabia como me ia sentir, mas fui. A primeira vez, mais nervosa, naturalmente, mas aqui o ambiente, o contexto, o acompanhamento, foram de facto securizantes.

Cheguei ao fim da quarta sessão, que é um tratamento com quatro sessões de administração de ketamina, tirando as chamadas sessões de integração, que ocorrem depois na inoculação da substância, e saí sempre com uma sensação muito agradável, com energia.

Há um momento quando estamos quase a adormecer em que já estamos a sonhar mas ainda não estamos a dormir, é a forma que tenho de descrever aquilo que experienciei durante as sessões.

Quando esse impacto passava, que era só sensação, começavam a aparecer imagens concretas, imagens que eu associo muito aos quadros do Salvador Dali. Apareciam-me imagens que podiam muito bem estar num quadro de um surrealista.

O que aconteceu sempre foi esta sensação: há um problema, enunciado de uma forma simbólica que eu não consigo interpretar, mas eu encontro soluções na própria viagem que se faz para lidar com esse problema.

Depois do programa terapêutico na The Clinic of Change

Passado este tempo, eu tenho a certeza do que digo: apesar de não ter ficado completamente imune a essa ansiedade, o tempo em que ela ocorre e a forma como dou a volta é muito mais rápida e eficaz do que antes do tratamento. Tive dois ou três surtos ansiosos depois do tratamento, mas antes do tratamento eu vivia em ansiedade generalizada e constante. Agora não sinto isso.

Estou muito mais no controle das minhas emoções, e há outra coisa que pode ser um lugar comum, mas eu sinto e tenho de o dizer: vivo muito mais no presente.

Há outras coisas curiosas também: dá a impressão que os meus sentidos ficaram mais apurados. Isso era muito claro pouco tempo depois de ter feito o tratamento. Ia na rua e, talvez por estar menos virada para dentro, os meus sentidos estavam mais despertos: para as cores, para as sensações, para o vento, para a sensação térmica, para determinadas perspectivas e enquadramentos em sítios por onde passava todos os dias, mas que não reparava.

Isto foi muito evidente neste Verão. Eu era muito friorenta, para entrar na água do mar era um castigo. E este Verão tirei muito prazer do mar, de entrar na água, de estar na água, entrei com muito mais facilidade. Não lhe sei dizer porque é que isto aconteceu.

Não estar completamente bem é absolutamente natural e expectável face a uma situação que eu tenho de enfrentar quotidianamente. Agora, enfrentar essa situação, mas ter a capacidade de pensar fora desse contexto, de viver fora desse contexto, isto é absolutamente novo.

[A The Clinic of Change agradece à Susana pela coragem na partilha e pela generosidade de, com a sua história, ajudar outras pessoas a procurar ajuda.]

 

 

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