António Vaz Carneiro: «Esta terapêutica vai resolver o problema de milhares de pessoas.»
Depois da I Conferência Científica da The Clinic of Change sobre Psicoterapia Assistida por Psicadélicos, ouvimos as declarações de António Vaz Carneiro, médico, presidente do ISBE, Professor Catedrático Jubilado da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa e director da Cochrane Portugal.
Veja o vídeo com o testemunho.
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As declarações de António Vaz Carneiro sobre Psicoterapia Assistida por Ketamina:
O grande desafio que temos hoje em dia não é apenas a prevenção, mas sim também poupar o sofrimento e a mortalidade, quando é o caso, dos doentes mais graves. No caso da saúde mental, isto é particularmente verdade. Porque é que isto é particularmente verdade? Porque há uma percentagem de doentes que não são tratáveis. Até começam a responder inicialmente, mas ao fim de um, dois, cinco anos deixam de responder, e nós não temos nenhumas opções para eles.
Esta nova metodologia, com estes novos fármacos, que estão a alinhar-se para tratar doentes de alto risco em psiquiatria, os doentes que são deprimidos e que já não respondem às outras terapêuticas, que é a chamada depressão resistente à terapêutica, tem um valor imenso. E tem um valor imenso porque vai resolver o problema de milhares e milhares de pessoas.
E felizmente, porque infelizmente não é sempre assim, a evidência científica que tem sido captada através de estudos bem desenhados, é muito boa. Dá-nos a ideia da eficácia, que é notável, mas também da segurança.
Neste momento, eu diria que isto é um padrão, é um exemplo, é um estudo de caso de como é que se deve abordar uma doença mental de uma maneira estruturada, cientificamente sólida e com processos metodológicos muito rigorosos.
Conclusões da conferência sobre Psicoterapia com Psicadélicos
Há três pontos a reter da Conferência Científica. Em primeiro lugar, discutir o impacto da ketamina [ou cetamina] nos doentes específicos de depressão resistente à terapêutica. E isso foi muito importante, porque mostrou-se aqui a qualidade da evidência para essa área.
Em segundo lugar, de uma maneira mais ampla, esta nova classe de potenciais medicamentos, que são os chamados… não diria alucinógenos, mas chamemos-lhes assim. Claramente virão a ter um lugar importante uma vez mais para doentes de alto risco.
E, em terceiro lugar, a sensibilização da dificuldade que é fazer os estudos clínicos com estas substâncias. Tal como ali foi dito, a maior parte delas não existe para a gente as utilizar, ou melhor, são classificadas como sendo ilegais. Moral da história: não tenho uma fábrica, uma empresa que me faça estes medicamentos. Isso é uma complicação adicional, mas que eu penso que está no caminho de vir a ser claramente resolvida.
Finalmente, há o potencial extraordinário, que é muito excitante, que é podermos utilizar isto na área de adicção. Isso é que para mim seria aqui, não só para a depressão, mas as áreas de adicção têm muito mais gente do que os deprimidos graves sem terapêutica. Portanto, saímos daqui com o coração ao alto e com esperança de que tudo isto vá correr bem.
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