Carla Mariz: «Esta combinação entre sentir e pensar é muito apaixonante.»
A Dra. Carla Mariz, psicóloga clínica da The Clinic of Change, especializada em Psicoterapia e Neuropsicologia, fala sobre Psicoterapia Assistida por Psicadélicos e sobre o nosso programa terapêutico.
Veja o vídeo com as declarações.
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O que é a Psicoterapia Assistida por Psicadélicos?
É uma intervenção inovadora em saúde mental que permite que sejam abordados aspectos biológicos e psicológicos do sofrimento humano. Ketamina [ou cetamina] é um medicamento que tem efeitos e propriedades psicadélicas, ou seja, no termo grego original, é uma substância que permite revelar o funcionamento da mente. E, em conjunto com a psicoterapia, de uma forma guiada, permite aceder a níveis mais profundos do funcionamento mental e ir às causas e às razões do sofrimento.
Nós temos mais ou menos auto-estradas de informação no nosso cérebro, e realmente o efeito da ketamina, dos psicadélicos, permite que algumas conexões ou algumas ligações, as auto-estradas mais habituais, sejam interrompidas por alguma razão, levando a pessoa a fazer outros percursos. Outras ligações são feitas, permitindo ter acesso a informação, a emergência de material que habitualmente não está disponível.
Do ponto de vista psicológico, permite que haja um afrouxamento ou uma suavização das defesas rígidas que a pessoa tem.
A ketamina permite acelerar os processos de mudança psicoterapêuticos clássicos, nomeadamente a capacidade de a pessoa se relacionar com o terapeuta.
A capacidade de insight ou de compreensão de si próprio, a capacidade para pensar na sua vida, na sua história, no seu sofrimento, fica claramente aumentada.
Como funciona o programa The Clinic of Change?
Os programas que fazemos aqui na clínica, quer os da depressão, da ansiedade, do stress pós-traumático, das perturbações alimentares, mas também o do álcool, foram desenhados pelos maiores especialistas do mundo na área.
Existem duas sessões de preparação onde realmente começa todo o processo terapêutico da pessoa com o seu psicoterapeuta, onde é abordada a sua história, o seu modo de lidar com as coisas, com os seus problemas, com o seu sofrimento.
Há uma preparação do seting depois para as sessões de dosagem de ketamina, em que é explicado à pessoa qual o ambiente em que tudo vai decorrer. É muito importante o seting, porque a pessoa tem de se sentir segura.
São sessões de grande compreensão e, às vezes, de maravilhamento face ao que se passou. São muito úteis para a pessoa.
É uma situação em que a pessoa está muito vulnerável e muito aberta, portanto, toda a segurança, quer do ponto de vista médico quer do ponto de vista psicológico, tem de ser garantida. Isto consegue-se no ambiente certo, mas também com os técnicos e com os profissionais mais qualificados.
Realmente, quando estamos a lidar com tanto sofrimento e com situações tão difíceis, é bom que haja conhecimento de base sólido. Porque muitas coisas vão acontecer.
As pessoas não são previsíveis, o seu percurso não é previsível, nunca se sabe o que vai acontecer numa sessão. É altamente seguro, mas para aquela pessoa é sempre um caminho que ainda não foi conhecido. Com tudo isso, convém ir o mais bem preparado para essa viagem e para essa intervenção.
O que a levou, enquanto psicóloga, a ter interesse neste tipo de terapêutica?
Inicialmente, fui uma pessoa com algum descrédito por esta intervenção. Tenho, digamos assim, uma educação psicoterapêutica muito clássica, que olha com alguma desconfiança para tratamentos de repente inovadores.
Mas, de facto, li algumas coisas, li alguns artigos de pessoas que eram inquestionáveis na sua qualidade terapêutica, humana e científica, e de facto, o que me interessou é que há aqui uma série de moléculas e de substâncias que estão agora a ressurgir que permitem que a mente da pessoa e o seu funcionamento se revele. E eu, como pessoa com uma formação psicanalítica, uma das coisas que acho mais apaixonante é como é que a mente funciona.
Aquilo que a pessoa revela de si própria, é um conhecimento profundo, e é uma ligação muito profunda à pessoa e à mente, digamos assim, na sua expressão às vezes mais essencial e pura.
Aqui, nesta intervenção, para mim é sempre surpreendente, e continua a ser, como é que tudo acontece tão rápido.
É algo profundamente emotivo, emocional e profundo. Não é um tratamento racional ou racionalizante. Isso eu acho que é apaixonante, essa combinação de sentir e pensar muito grande.
Há uma combinação única entre um medicamento e uma intervenção psicoterapêutica que actuam em simultâneo. Isso é algo que eu não conheço ou que não vejo noutro tipo de abordagem. É uma compreensão unificada entre o corpo e a mente.
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